Curso: o Brasil da Nova República. como fomos parar em Bolsonaro

Entre março de 1985, quando José Sarney subiu a rampa do Palácio do Planalto para vestir a faixa presidencial, e a guinada de Jair Bolsonaro pela mesma rampa acima, em janeiro de 2019, o Brasil viveu um regime inteiro. Há muitas classificações para ele: a Nova República. A Terceira República, que seguiu à Terceira Ditadura. O Regime da Constituição de 1988. Foi o período mais democrático da história brasileira. Um tempo em que a economia se estabilizou e cresceu, no qual houve reais avanços em educação e saúde pública. Em que a sociedade brasileira se tornou muito mais complexa.

Este período terminou com a eleição do presidente mais à direita a jamais governar o Brasil. Um homem que, no discurso, manifesta desprezo pela democracia.

O que houve? Como viemos parar aqui?

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A Nova República levou a crescimento econômico, estabilizou a moeda e diminuiu a desigualdade brasileira. Diminuiu a impunidade. Mas embora tenha melhorado, não foi capaz de aumentar suficientemente a qualidade de serviços públicos essenciais como educação, saúde, transporte e segurança. Tampouco conseguiu construir uma relação saudável entre Legislativo e Executivo. Estes dois defeitos estão interligados e são eles que, ao se encontrarem com dificuldades econômicas, levaram à crise do regime.

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Datas e dinâmica

As aulas ocorrerão através da plataforma Zoom, sempre às quartas-feiras, às 19h, a partir de 12 de agosto.

Os vídeos estarão à disposição dos alunos, logo depois — se você perdeu uma aula, não há problema. Dá para recuperar.

Cada aula terá uma hora, sendo que os últimos 15 minutos dedicados a perguntas.

Como aluno, ligar sua câmera ou não é uma escolha.

Após a matrícula, você receberá por email o endereço do curso e a senha para entrar. Inscreva-se.

São R$260 e você pode dividir em até 3 vezes.

E claro… Haverá uma quinta aula.

Não propriamente uma aula. Na quarta, dia 9 de setembro, faremos uma grande conversa sobre os temas do curso. Um bate papo com o professor sobre a situação política do país, hoje e no passado recente.

É uma oportunidade, também, para processar toda a informação.

Ainda há vagas. Matricule-se.

 

2ª Aula: O Real, FH, e o Agro

A equipe que acompanhou Fernando Henrique ao governo marca a resolução do primeiro grande problema herdado da ditadura: o Brasil ganhou uma moeda estável. A relação com o Congresso também foi estabilizada, mas de forma que se mostraria precária no futuro. As privatizações marcaram aquela que se mostraria a polarização das duas décadas seguintes: PSDB vs PT. Num período de globalização, o agronegócio brasileiro fez surgir uma nova elite brasileira, com valores e cultura próprias.

1ª Aula: Da Constituição a Collor

Os militares entregaram um país que vivia em hiperinflação. Nos debates da Constituinte, uma discussão ficou pela metade — aquela entre Parlamentarismo e Presidencialismo. Foi neste período que, inspirado por práticas do governo José Sarney, o Centrão se formou e, com ele, uma relação viciada entre Executivo e Legislativo que terminaria por levar a uma crise grave. Logo depois, o Brasil fez seu primeiro impeachment, abrindo caminho para a estabilidade política que permitiria ao regime construir.

4ª Aula: Dilma, 2013, o 7 a 1 e Bolsonaro

Dilma recebeu um país já muito diferente daquele da ditadura. Mas a virada econômica internacional, conforme a China se voltava para o mercado interno, cortou muito dos fluxos de dinheiro para o Brasil. Junto com erros sérios de política econômica, uma crise se abriu. Piorou por conta do problema que a Nova República não resolveu: qualidade nos serviços públicos. Com a Lava Jato, os protestos ganharam direção. A nova classe média e a elite agro mostravam, ao Brasil, que havia um novo eleitorado. De direita.

3ª Aula: Lula, distribuição de renda e os Evangélicos

Modernizando sua imagem e moderando o discurso, Luís Inácio Lula da Silva chegou ao governo para resolver o segundo grande problema herdado da ditadura. Houve verdadeira distribuição de renda. Mas a precariedade da relação entre Legislativo e Executivo se ampliou por conta de algumas escolhas, aquilo que se tornaria uma bomba relógio por explodir. Enquanto isso, nas periferias urbanas, surgiu uma nova classe média. Nem todos são evangélicos, mas o conservadorismo é uma das marcas deste grupo.